Os rejeitos alcançaram o mar de Degredo no final de novembro de 2015 e, em fevereiro do ano seguinte, após a cheia de verão, foi observada uma grande mortandade de peixes no rio Ipiranga.
Assim como no caso dos Krenak, não foram elaborados pela equipe do Projeto Rio Doce estudos sobre os danos sofridos pela comunidade de Degredo, em respeito à autodeterminação desse povo no que tange às suas próprias estratégias ao longo do processo de reparação.
No entanto, nas Matrizes Territoriais do Vale do Aço e da Região Estuarina, Costeira e Marinha do Espírito Santo, por exemplo, foram identificados danos específicos a povos e comunidades quilombolas e tradicionais, tendo sido realizadas escutas com as comunidades quilombolas de Sapê do Norte e com comunidades que se identificam como povos de mangue. Ressalta-se que os danos e parâmetros identificados nestas matrizes, sintetizados na página “A Reparação”, podem ser estendidos a outras comunidades quilombolas e tradicionais atingidas pelo desastre, mas que até o momento não foram reconhecidas, como é o caso dos pescadores, faiscadores e garimpeiros tradicionais do Alto Rio Doce, nos municípios de Rio Doce, Santa Cruz do Escalado, Barra longa, Mariana e Acaiaca e povoados de Chopotó e do entorno da bacia do Rio do Carmo.
Por fim, deve ressaltar que nos municípios de São Mateus e Conceição da Barra (ES) encontra-se o Território Quilombola do Sapê do Norte, que abriga aproximadamente 1.200 famílias em ao menos 33 comunidades remanescentes de quilombos localizadas ao longo dos vales dos rios Cricaré e Itaúnas. Organizam-se em sítios familiares que mantém laços de compadrio e de parentesco entre si, efetuando redes de solidariedade, troca e culturais que remontam à uma história comum.