Os danos gerados pelo rompimento de Fundão impactaram de maneira particular a situação das mulheres que vivem nos municípios atingidos. Da forma como apresenta o estudo do Projeto Rio Doce, conduzido pela FGV, a estrutura patriarcal, machista, racista e sexista da sociedade brasileira coloca as mulheres, em especial mulheres não brancas, em situações de maior vulnerabilização, o que tanto acarreta a elas danos específicos quanto faz com que os danos causados pelo desastre possam ser mais graves no seu caso, assim como mostra a literatura e estudos de casos comparados.
Diante desse contexto, a pesquisa realizada pela FGV partiu de uma abordagem qualitativa que contemplou narrativas de mulheres atingidas, entrevistas com pesquisadoras especialistas em questões de gênero e pesquisas bibliográficas. Foram realizadas sete rodas de conversas que, ao todo, tiveram a participação de 73 mulheres atingidas, moradoras de 19 municípios afetados pelo desastre.